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  • Foto do escritorRose Campos

Vontade de mudar. Medo de mudar.

O isolamento, que nos fez ficar mais sozinhos, ou pelo menos com muito menos companhia e convívio ao nosso redor, tem levado muitas pessoas ao desejo de transformação da própria vida, de diversas maneiras possíveis. Mas nem sempre é fácil seguir o próprio desejo. Neste texto, da psicoterapeuta Lu Teixeira da Silva, ela aborda esse conflito pessoal, cada vez mais comum, e nos encoraja a acolher com convicção nossas verdades e vontades mais autênticas. O texto se dirige especialmente às mulheres porque resulta de um trabalho dirigido a esse grupo, mas é aplicável a pessoas de todos os gêneros.



Texto: Lu Teixeira da Silva


Todas nós, em algum momento da vida, sentimos o chamado da mudança. É quando nossa vida fica sem sentido e tudo parece não nos importar. A primeira reação é negar o incômodo, afrouxar um pouco o cinto (e o sinto), para não perceber que nosso corpo se avolumou, tentar distrair-se com a vida dos outros, ou buscar na justificativa de falta de tempo uma importância que essa circunstância muito provavelmente não tem.

Somos mestres em esquecer o que queríamos para a nossa vida. Esvaziamos nossos sonhos e pensamos: A vida que eu desejei não era para mim! Aliás, nem sei mais o que eu queria, nem se ainda quero querer alguma coisa! Se formos honestos conosco mesmos, teremos que admitir estarmos evitando exatamente aquele chamado que nos avisa: É hora de mudar!

Mas por que mudar é tão difícil? E o que entendemos por mudança?

Todos os dias somos convidados a fazer escolhas, e até não fazer nada também é uma escolha. São elas que desenham o contorno do que seremos amanhã.

Um belo dia acordamos desse torpor e, ao olharmos nossa imagem no espelho, nos espantamos: Como fiquei assim? Por que minha vida virou isso? O que eu fiz de mim?

Esse é o momento do encontro consigo mesma!

Ao invés de nos recriminar, e de culpar a vida ou o parceiro, sejamos corajosas e capazes de dizer a nós mesmas: se fui capaz de fazer minha vida ficar dessa forma, também posso ser capaz fazer tudo ficar diferente!


"Prometi muitas coisas ao meu coração, entreguei quase nada. Hoje ele vive apertado e desconfiado, sofrido dentro de mim!" - Laurie Anderson (do filme “Coração de cachorro”)

Uma reflexão honesta apontará os desvios e abandonos, impulsionando-nos a buscar por onde se perderam o auto-respeito, a alegria e os desejos genuínos.

A hora é de despertar de uma vida vazia de nós, de relembrar os sonhos que sonhamos e reconhecer os motivos pelos quais os abandonamos.

Aqui começa a aventura de mudar. Porém, sempre que sentimos o forte desejo de mudança, acionamos, na mesma intensidade e força, o medo de realizá-la. Por isso destaco aqui os quatro obstáculos mais comuns a esse momento:

- O primeiro desafio é a desistência, quando dizemos para nós mesmas que "Isso não é para mim!". Se tivermos sorte, a voz que estava calada há tempos, ousa perguntar: Por que não? Por que não eu?

- A preguiça retruca, com seu discurso viciado, "dá muito trabalho mudar, eu já me acostumei, sou assim."

- O vício se apega aos desgostos e tenta nos convencer de que "é ruim, mas é bom... Porque é algo conhecido! Com o qual já sabemos lidar".

- E por último a pérola: "EU Não Mereço!"

Se conseguirmos atravessar essas primeiras barreiras, e dar escuta ao nosso desejo, abriremos nosso coração.


Assim começa, e podemos por em prática, o tempo de se reinventar, de se contar diferente para o mundo, assumindo o protagonismo de nossa própria história.

Mudança é tempo de delicadeza e paciência, tempo para experiências e descobertas, tempo de se surpreender com nossas novas habilidades e talentos. De acolher o novo em nós.

Lu Teixeira da Silva é psicoterapeuta

"Tenho um longo percurso de investigação sobre o humano contemporâneo,

No meu histórico profissional busquei duas linhas de visão do humano: a psicologia como formação e a astrologia como vocação. Neste momento, a partir da elaboração de duas teses acadêmicas e de vários anos de prática em psicoterapia, resgato a intuição como sabedoria, revalorizando-a e recolocando-a como ferramenta para realização do feminino".






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